Momento 2014 ... A minha segunda tatuagem



Dia 22 de Outubro. A data marcada para a minha segunda tatuagem.

Devo confessar que estava um pouquinho nervosa. A primeira tatuagem que eu fiz tinha sido há 6 anos, tinha doído imenso e fiquei de “molho” dois dias porque não conseguia por o pé no chão.

Pensei que não iria repetir o massacre! ;) 

Mas existem momentos na vida que nos fazem reflectir sobre quem somos, o nosso percurso na vida e as nossas crenças pessoais. E, no meu caso, só podia transportar isso para a minha pele. Esta foi a minha escolha.
Nunca pensei muito sobre o assunto, mas achava fantástica esta arte e adorava algumas tatuagens que ia vendo em amigos e conhecidos.

Dizem, e eu concordo, que existe um pré maternidade e um pós maternidade. Temos enquanto mães que acompanhar esta mudança em nós. Hoje tenho mais vontade de fazer coisas que não tinha antes da minha filha nascer.






A primeira tatuagem, uma fada, veio representar um momento muito especial da minha vida que hoje permanece em mim. 
O respeito pelo verde da mãe natureza, o respeito pelos seres místicos que nela habitam. 
O Reiki. 
A Energia da Vida. 
A cor da Vida. 
Pude permitir-me ver a vida como um desenho animado divertido. 
Com o olhar da criança interior que há em mim.








Ao fim de 6 anos, a maturidade é diferente. Todas as experiências que tive tornaram-me uma mulher diferente.

Não é por sermos mulheres que não podemos ser muitas outras coisas. 
Esta tatuagem é uma representação do meu caminho, mas também a minha homenagem a todas as mulheres que cruzaram a minha vida como guerreiras. 
Sim, guerreiras, mães, filhas, amantes, esposas, donas de casa.
Porque essa é a nossa essência mais profunda. 
Deusas da terra.  
Somos fogo quando erguemos a nossa voz, somos água que acalma e embala, somos ar quando exalamos o nosso perfume para a vida, somos terra quando racionalizamos as consequências das nossas escolhas.

Somos éter. Somos energia. Geramos. Criamos. Pomos as mãos na terra e deixamos que a semente germine.

Podemos dançar, cantar, sonhar. Lutar, chorar, cair. Teremos medo, muito medo, mas a força da deusa  em nós é muito superior a qualquer obstáculo.


O dia da tatuagem.


 O meu “preconceito” / experiência dizia-me que os estúdios de tatuagem tinham que ter música altamente alternativa (para o meu gosto pessoal obviamente), caveiras e gente cheia de tatuagens e piercings em molduras.

Por isso, quando entrei no estúdio, o meu espanto foi total. E quando a música que iniciou o meu trabalho foi jazz/soul, a minha vontade foi de rir. Os nervos relaxaram um pouco e consegui descontrair.

Obvio que ao fim de 5h a descontracção já tinha dado lugar à vontade de ir para casa… J





Cada estúdio com portas abertas na via publica obedece a legislações bastante apertadas. 
O conceito é semelhante a uma clínica. Todos os materiais devem estar correctamente embalados e desinfectados, e após a sua utilização devem ser colocados em recipiente próprio que posteriormente será levantado por uma empresa especializada. Todo o processo foi realizado à minha frente. 

Fiquei também a saber a importância dos materiais utilizados, não só a qualidade da tinta, mas também das agulhas e da própria máquina. Muitas luvas descartáveis se gastaram! :)









Entretanto após fazer a tatuagem, resolvi ir à convenção, no meo arena, em Lisboa. 




Por um lado, achei demasiado confuso, muita gente nos corredores e em frente aos stands. A maior parte dos stands tinham pessoas a serem tatuadas, o que levava a que se juntasse muita gente. 
Por outro lado deu para perceber o extremo da coisa. Além das tatuagens mais inacreditáveis em qualquer parte do corpo e dos piercings, a tinta injectada nos olhos foi o que mais me surpreendeu. Nunca tinha visto ao vivo.
Se nunca foram aconselho a irem nem que seja pela experiência.



Talvez daqui a 6 anos volte a fazer outra…
Dizem que dá azar ter tatuagens em números pares  eheheh :D
Beijinhos




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